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Foto do escritorElder Arimatea

A Carestia do Golpe e o Salário Mínimo

De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), em maio de 2016, um mês depois do golpe parlamentar que culminou com a saída de Dilma Rousseff da presidência da república, a cidade de São Paulo possuía a cesta básica mais cara do país, custando então R$ 449,70, equivalendo a 55,55% do salário mínimo líquido. Naquela época o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 3.777,93, equivalendo a 4,29 vezes o salário mínimo da época, que era de R$ 880,00.

Passados quase cinco anos do golpe, em março de 2021, o mesmo Dieese nos mostra que São Paulo ainda mantém esse posto indesejado, com a cesta básica mais cara do país custando surreais R$ 654,15. O valor da cesta agora equivale a 64,29% do salário mínimo líquido. Assim o salário mínimo necessário deveria ser de R$ 5.495,52, correspondendo a 5 vezes o salário mínimo atual, que em janeiro deste ano passou a ser R$ 1.100,00.

Como podemos notar, enquanto a cesta básica aumentou absurdos 45,46% desde o golpe de 2016, o salário mínimo subiu apenas 25,00% neste período. Cabe ressaltar que até 2016 existia uma política de valorização do salário mínimo, implantada pelo presidente Lula, que visava repor as perdas inflacionárias, concedendo aumento real para o salário mínimo de acordo com o crescimento do PIB do ano anterior.

Com o desemprego e pobreza em alta em 2020 a renda do trabalhador brasileiro regrediu ao nível de 2009. Neste contexto, a política de valorização do salário mínimo teria um papel fundamental neste período de pandemia da covid, protegendo o trabalhador contra a precarização do trabalho, a carestia dos alimentos e o arrocho salarial causados pela destruição da legislação trabalhista promovida por Temer e Bolsonaro. De todas as correções necessárias no pós-golpe a primeira delas deveria ser uma Nova Consolidação das Leis do Trabalho, para devolver a dignidade ao trabalhador brasileiro.

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