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Foto do escritorJailton Andrade

A Folha de São Paulo derrete: PRIVATIZA TUDO!!

Folha de São Paulo ataca a Constituição com silogismo barato a apócrifo: “Governo não deve ter empresa”

A publicação da Feulha desta terça (23) intitulada “Privatiza tudo” é um bom sinal para o Brasil.

Quem conhece a Folha de São Paulo sabe que algumas matérias sinalizam o desespero quanto ao Brasil que melhora. Toda vez que textos como esse aparecem no noticiário é que alguma coisa boa está acontecendo. E os sinais são claros.

Primeiro a linguagem desce ao pré sal e emerge o ódio nas palavras. A Folha sempre foi a voz do mercado, de quem não ganha nada. Seus jornalistas, escravos não só da linha editorial, mas também das migalhas salariais, quase sempre não hesitam em se submeter.

Ocorre que às vezes, como nessa obra prima do mal gosto, niguém apareceu para assumir a autoria do atentado à Constituição: duas palavras apressadas e apócrifas disseram muito, “Privatiza tudo”.

Quem pagou a matéria não foi capaz de seduzir um jornalista a assinar, mas a pressa de influenciar na venda das refinarias brasileiras e na privatização do Estado produziu essa pérola típica de um Carlos Lacerda.

A matéria anônima chega ao fundo de perguntar “interferiria o senhor Messias caso se tratasse de uma queda de preços?”

Essa pergunta não pode ser da Folha, afinal, só quem teria interesse na intervenção do estado contra a queda de preço do gás de cozinha é quem se locupleta da alta nos combustíveis. Mas quem ganha com preços altos dos derivados do petróleo? Quem compra refinarias? Quem importa combustíveis?

O texto segue com antagonismos instransponíveis.

“Trata-se de uma prática que gera ineficiências de todos os tipos, pois o preço numa economia de mercado é o sinalizador da escassez relativa. Em situações de concentração de mercado, há de fato um problema de nível (preço mais elevado do que o socialmente ideal), mas as oscilações ainda assim sinalizam quedas ou aumentos de custos marginais”.

Ver a Folha de São Paulo agonizar de ódio não tem preço. Apesar do glossário rico em alguns momentos, o conjunto das palavras leva a uma conclusão ilúcida: de que a concentração do mercado de petróleo leva a um aumento de preços. Realmente, após a entrada de novos players disputando com o Sistema Petrobras o preço do litro de gasolina no Brasil caiu de R$ 2,60 para R$ 5,20.

Quem escreveu o texto estudou pouco Chaïm Perelman, mas insistiu que o governo é quem tem empresas, aproveitando a baixa popularidade de Bolsonaro. As empresas estatais são do Estado, não do governo. A narrativa beira a fake news.

Outra perola: As estatais “sempre serão mal administradas e o espaço para roubalheira e aparelhamento será maior”. Eike Batista, Jho Low, BTG Pactual e Yeo Jiawei são os exemplos da Folha para a honestidade.

Para evitar essa casa da mãe Joana é que algumas pessoas votaram no Paulo”, essa Feulha é uma graça. Revela que, por baixo dos panos, ocorreu outra votação presidencial em 2018: O mercado votou, não em Bolsonaro, mas em Paulo Guedes e, usando o chulo da Folha, lhes digo: Quem cria a galinha cria os pintos.

É assim que a XP Investimentos prevê o futuro. Influenciando-o. Quem mandou apostar num futuro tão instável quanto a família de Bolsonaro?

Talvez um banner da XP possa dizer mais que o patrocínio desta matéria desnecessariamente paga, cuja íntegra deixo de presente nesta noite de verão.

“Privatiza tudo!

Deixar empresas nas mãos do governo significa má administração e mais espaço para roubalheira

Os eventos recentes em Terra Brasilis, onde no Executivo há um governo que se diz liberal, corroboram uma tese que defendemos há anos: governo não deve ter empresa e essa história de capital misto é, no mínimo, problemática. Tem de privatizar tudo. Em processos claros, guiados por gente que entenda da prática e da teoria de leilões, obviamente. O episódio a que nos referimos, como já deve desconfiar o leitor, é a interferência direta do presidente da República, o senhor Messias, sobre as decisões de preço de uma companhia de capital misto. Uma empresa com board, com ações negociadas em mercado, num país com agência reguladora e lei de minoritários. Mas, aparentemente, nada disso importa. Se o presidente não gostou, não pode (interferiria o senhor Messias caso se tratasse de uma queda de preços?).

Mexer com preços é um dos pecados capitais do planejamento central, e manejá-los com fins populistas é a marca registrada de governos… socialistas. Trata-se de uma prática que gera ineficiências de todos os tipos, pois o preço numa economia de mercado é o sinalizador da escassez relativa. Em situações de concentração de mercado, há de fato um problema de nível (preço mais elevado do que o socialmente ideal), mas as oscilações ainda assim sinalizam quedas ou aumentos de custos marginais. Para lidar com poder de mercado, temos leis e agências reguladoras. Não precisamos de um Messias. E também é preciso levar em conta, no caso de derivados do petróleo, o que em economia chamamos de externalidades negativas. Combustíveis fósseis geram poluição; gasolina barata gera mais carros na rua, mais trânsito e mais acidentes. Desincentiva o uso do transporte público e da bicicleta, a carona e os investimentos em tecnologias alternativas menos danosas ao meio ambiente. Enfim, enormes custos sociais. Não é à toa que a recomendação de política pública é taxar combustível fóssil mais pesadamente. Isso é o que diria um economista neoclássico, não um esquerdista pré-histórico.

Voltando ao “privatiza tudo”: por que deixar empresas na mão de governos? Elas sempre serão mal administradas e o espaço para roubalheira e aparelhamento será maior (não que tudo isso não aconteça no setor privado). Os incentivos sempre se distorcem, se desviam da maximização de lucros. Vide a própria Petrobras, fonte inesgotável de escândalos de corrupção em governos passados. Mas mesmo que a corrupção fosse pouca: por que ter o dedo do governo? É uma máquina de perder dinheiro, como bem sabemos das experiências desastrosas anteriores aos anos 1990. A má vontade em relação a privatizações em geral, diga-se, não é exclusividade do Executivo. Nem agora, nem antes.

Integração do Brasil no mercado internacional não avançou de forma acelerada. Conforme as próprias palavras de Guedes, a abertura será gradual. O Brasil fechou acordo comercial com a União Europeia, mas países do bloco mostram resistência em ratificar a decisão.

Sociedade mista? Pode esquecer. O sócio grandalhão vai forçar a barra, como o valentão da escola. Mais uma vez a própria Petrobras nos governos petistas é um belo exemplo: a mando dos superiores, foi comprando ativos no exterior, expandindo-se, aumentando brutalmente sua dívida. Mas aumentar preços não podia, era contra os interesses da nação. Resultado: uma montanha de dívida e receitas insuficientes. Pimenta nos olhos do acionista minoritário não arde. Esse se ferrou de verde e amarelo, literalmente. E você, que não comprou ações da Petrobras, também provavelmente vai entrar na roda, quando descobrir que alguém ordenou uma capitalização emergencial para dar gás à empresa –tudo sempre em nome do Brasil. Para evitar essa casa da mãe Joana é que algumas pessoas votaram no Paulo, revoltadas contra o uso da máquina pública para fins populistas e/ou ilícitos. Paulo, no entanto, virou manteiga –ou, em italiano, “burro””

Publicação importada do antigo blog. Publicado originalmente em 23 de fevereiro de 2021.

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