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Foto do escritorAndrea Trus

Dia 13, dia do genial Chico Science | SekueLab


Hoje se estivesse vivo, Chico Science, faria 56 anos, um dos expoentes do Movimento Mangue Beat, surgido em Recife, nos anos 1990, que propunha revolucionar a riquíssima cultura pernambucana com ritmos mais diversos, como, rock, música eletrônica, funk, dentre tantos elementos musicais. Como um Movimento, o Mangue Beat, escreveu um manifesto, que foi lançado em 1994, que dava sinais de que a música brasileira sentiria os reflexos revolucionários de Chico e sua nação.


(...)Em meados de 91, começou a ser gerado e articulado em vários pontos da cidade um núcleo de pesquisa e produção de ideias pop. O objetivo era engendrar um *circuito energético*, capaz de conectar as boas vibrações dos mangues com a rede mundial de circulação de conceitos pop. Imagem símbolo: uma antena parabólica enfiada na lama.

Hoje, Os mangueboys e manguegirls são indivíduos interessados em hip-hop, colapso da modernidade, Caos, ataques de predadores marítimos (principalmente tubarões), moda, Jackson do Pandeiro, Josué de Castro, rádio, sexo não-virtual, sabotagem, música de rua, conflitos étnicos, midiotia, Malcom Maclaren, Os Simpsons e todos os avanços da química aplicados no terreno da alteração e expansão da consciência.(...) (Manifesto Caranguejos com Cérebro)


Falar de Chico Science, é falar dessa potencialidade, estética, poética, musical e revolucionária, não bastava ouvir (atônita), “Monólogo do Pé do Ouvido”, mas, era fundamental, compreender a genialidade desse mestre, que propunha uma “revolução musical”, que dialogava com passado e o presente, a presença política da herança cultural africana, tão bem representada pela influência do maracatu, samba de coco, frevo e muita, muita batucada, com aquelas caixas que mudaram o sentido dos batuques tão presentes em nossa música..


Chico, ou por intuição, ou porque era mesmo genial, colocou no palco a estética da cultura popular - capoeira, o maracatu, os bois coloridos de chita, cores vibrantes, baixo, guitarra, caixas, mas, não parava por aí, Chico, veio da classe trabalhadora de Recife, tinha noção das estruturas de poder do capital, clamou pelo homem coletivo, levantou questões essenciais da urbanidade desigual de Recife e do Brasil, bradou por Zumbi, Zapata, Sandino, Conselheiro e todos os panteras negras e de quebra colocou a sociologia de Josué de Castro em um movimento tão imprescindível como o Mangue beat.


Nesse ano que completa 25 de sua morte e no dia do seu aniversário, um dia 13, só peço que esse Brasil afrociberdélico, revolucionário pensado e cantado por Chico, volte o mais rápido possível... Saudades desse gênio!!!



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