Apesar de afirmar que em duas semanas o Brasil viverá uma tragédia, o governador prefere controlar a quantidade diária de mortos à decretação do lockdown.
Nesta terça (23), o governador Rui Costa disse que, em duas semanas, o Brasil viverá uma tragédia devido ao avanço do coronavírus. A afirmação ocorreu durante o seu programa Papo Correria transmitido ao vivo nas redes sociais.
O governador apresentou os números atualizados da pandemia no estado e disse que o gargalo para um maior atendimento nas unidades de saúde não são os leitos, mas a quantidade de profissionais de saúde.
Sobre a possibilidade de lockdown, Rui Costa disse que, caso o estado perca o controle nos atendimentos, não terá outra saída, mas que está preocupado em garantir a circulação dos ônibus tendo em vista os trabalhadores informais no “seu ganha pão”.
A afirmação é preocupante considerando que objetivo da autoridade deveria ser o de garantir a vida e não controlar a quantidade diária de mortos. Não parece fazer sentido insistir no trabalho informal expondo os trabalhadores ao COVID e, portanto, a morte.
É preciso reafirmar o que o ex presidente Lula já disse diversas vezes. Primeiro salvamos as pessoas, depois a economia, mas a iniciativa de manter uma quantidade de mortos diários em prol do empresariado definitivamente não é uma gestão humanitária.
Além das dificuldades com o plantel de profissionais em saúde no estado, é preciso lembrar que não temos vacina, já que o governo federal por meio da ANVISA tenta, cada vez mais, produzir mortes em todos país e, apesar do desejo reprimido de Bolsonaro de matar 30 mil pessoas na ditadura militar, consegue hoje quase dez vezes mais mortes usando sua necropolítica com pleno funcionamento das instituições públicas seja no judiciário, na economia ou na saúde.
Por tudo que tem assolado a população, o lockdown é a única forma de salvar a vida de baianos e baianas. Ao contrário, equilibrar mortos e lucros é um desrespeito aos seres que ainda irão morrer na Bahia.
Publicação importada do antigo blog. Publicado originalmente em 23 de fevereiro de 2021.
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